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terça-feira, 6 de julho de 2010

Com que saudade para o céu não olhas,
Vendo de nuvens todo o céu coberto,
E engastadas de pérolas as folhas
E o coração das árvores deserto.
Como uma grande rosa,a alma desfolhas
Dentro do seio ,inteiramente aberto,
E estes restos de flor passando molhas
N água do arroio que coleia perto!
Molha-as,sim,nesta linfa algente e casta!
Que uma só gota cristalina basta
Para o calor em chuva ir transformando.
Hás de ficar com os olhos rasos d água,
A dor há de acalmar que a própria mágoa
Tem dó de ver uma mulher chorando.

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